Infelizmente, num condomínio, nem sempre esta frase é verdadeira. Existem pessoas sem um pingo de educação, que só sabem tratar mal as outras, sejam vizinhos, empregados ou o síndico.
Conheci duas mulheres, razoavelmente jovens, cujo comportamento considero impressionante. Uma só sabia falar aos berros com os empregados e o síndico. Devia pensar que eram surdos. Sempre reclamando e de mal com a vida. Da outra, era de se esperar que tivesse atitudes mais ponderadas, por ser médica, mas ao contrário, era uma pessoa mais tresloucada que a primeira. Depois de conhecê-la, passei a ter medo de cair numa emergência de hospital e me deparar com uma médica como ela. Imagino o que diria para um paciente terminal: "Como é que é, ainda está aqui? Se manda, você não tem jeito mesmo, libera a vaga. A fila andou! ". Deus me livre! Será que estas mulheres um dia foram felizes? Será que com elas a máxima "Gentileza gera Gentileza" funcionaria? Se um dia eu conseguir testar, posto aqui o resultado.
Engraçado é que estava pensando em escrever sobre este tema, quando me deparei com um texto ótimo, da Cláudia Lisboa, na Revista do Globo de 1º de maio de 2011. Gostei tanto que o reproduzo aqui:
"O céu continua 'carregado' e o resultado é muita energia acumulada. Este fenômeno pode ser comparado a um engarrafamento na boca de um túnel, sem a possibilidade de escapar por uma saída extra. É preciso esperar sua vez e ter muita, muita paciência, até encontrar o fluxo livre. Alguns ocupam o tempo comprando uma água aqui, um biscoito ali. E assim vamos sobrevivendo nos tempos de hoje: muita impaciência, pouca cordialidade.
Dizer ou ouvir um 'com licença' é coisa de um passado remoto. 'Por favor?'. Há quanto tempo esta expressão caiu em desuso? Não me lembro mais. Estamos todos mais irritados do que nunca, mais impacientes do que jamais estivemos. Não há tempo para nada e nos comportamos como uma bomba relógio.
Já se foi a época em que éramos bem atendidos numa padaria, numa farmácia ou num bom restaurante. As pessoas trabalham estressadas, loucas para voltar para casa. Mas antes de chegar aos seus ninhos sabem que vão enfrentar filas, engarrafamentos, metrô superlotado e ônibus que chacoalham, freiam e desrespeitam seus usuários. E os serviços telefônicos de atendimento ao cliente? Estes pedem para quem está do outro lado da linha que tenha literalmente um ataque de nervos.
Não há em quase nenhuma forma de relacionamento, hoje, a delicadeza de ouvir o desejo do outro. Somos todos produtos. Pior, somos produtos explodindo. Conviver com o próximo deixou de ser um exercício de respeito e delicadeza para se tornar o de um caminhar num campo minado. Nossas bombas podem ser detonadas por uma bobagem qualquer.
A corda arrebenta sempre para o lado mais fraco? O que é preciso é tornar nossa 'corda' mais resistente. O mais importante para combater as indelicadezas que sofremos todos os dias não é reagir, e sim resistir. E tem mais, resistir pacificamente. O que mais se espera do outro é a reação violenta. Jamais a delicadeza. E, só para fechar, gentileza gera gentileza. "
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