terça-feira, 24 de maio de 2011

21. Investigação no Condomínio


"-... Posso olhar o vídeo novamente? Perguntou o homem.
- Claro! Respondeu a sindica.
- Nossa! Como ele é parecido comigo né? Disse o homem.
- Parecido com o senhor não, Seu Aloísio, esse homem aí é o senhor! Falou a síndica, com firmeza.
- Mas como pode ser? Eu não me lembro de nada disso... Falou o homem.
- Olha, Seu Aloísio, o senhor me desculpe falar destas coisas, eu sei perfeitamente que isso não me diz respeito, mas também alterado do jeito que o senhor chega aqui no condomínio eu não me admiro que o senhor não se lembre de muitas coisas. Confesso ao senhor que, apesar de estranhar muito que um marmanjo deste tamanho estivesse fazendo xixi no vaso do hall de entrada, eu logo desconfiei do senhor. Disse a síndica.
- Nossa! Mas ele é muito parecido comigo mesmo. As plantas estão atrapalhando um pouco a visão mas... O senhor Aloísio procurava desconversar.
Diante dos fatos, nem foi necessário aplicar as técnicas do CSI para chegar ao autor da estranha e inusitada irrigação sofrida pelo vaso do hall de entrada." (Edilson Rodrigues da Silva)
Este texto é uma crônica bem humorada a respeito de uma situação perfeitamente passível de ocorrer num condomínio. Certo dia encontramos um carro todo aberto, atravessado no caminho da garagem, impedindo a passagem. O morador provavelmente chegou à noite em estado semelhante ao do Seu Aloísio, da crônica acima. Mas ao ser procurado no dia seguinte e confrontado com as imagens da câmera de segurança disse, com a maior cara de inocente, que esqueceu de puxar o freio de mão e o carro andou sozinho. Explicação para as janelas abertas ele não deu, mas diante de tais 'argumentos', precisava?
"A educação visa melhorar a natureza do homem, o que nem sempre é aceito pelo interessado." (Carlos Drummond de Andrade)

domingo, 15 de maio de 2011

20. Gentileza gera Gentileza

Infelizmente, num condomínio, nem sempre esta frase é verdadeira. Existem pessoas sem um pingo de educação, que só sabem tratar mal as outras, sejam vizinhos, empregados ou o síndico.

Conheci duas mulheres, razoavelmente jovens, cujo comportamento considero impressionante. Uma só sabia falar aos berros com os empregados e o síndico. Devia pensar que eram surdos. Sempre reclamando e de mal com a vida. Da outra, era de se esperar que tivesse atitudes mais ponderadas, por ser médica, mas ao contrário, era uma pessoa mais tresloucada que a primeira. Depois de conhecê-la, passei a ter medo de cair numa emergência de hospital e me deparar com uma médica como ela. Imagino o que diria para um paciente terminal: "Como é que é, ainda está aqui? Se manda, você não tem jeito mesmo, libera a vaga. A fila andou! ". Deus me livre! Será que estas mulheres um dia foram felizes? Será que com elas a máxima "Gentileza gera Gentileza" funcionaria? Se um dia eu conseguir testar, posto aqui o resultado.

Engraçado é que estava pensando em escrever sobre este tema, quando me deparei com um texto ótimo, da Cláudia Lisboa, na Revista do Globo de 1º de maio de 2011. Gostei tanto que o reproduzo aqui:

"O céu continua 'carregado' e o resultado é muita energia acumulada. Este fenômeno pode ser comparado a um engarrafamento na boca de um túnel, sem a possibilidade de escapar por uma saída extra. É preciso esperar sua vez e ter muita, muita paciência, até encontrar o fluxo livre. Alguns ocupam o tempo comprando uma água aqui, um biscoito ali. E assim vamos sobrevivendo nos tempos de hoje: muita impaciência, pouca cordialidade.

Dizer ou ouvir um 'com licença' é coisa de um passado remoto. 'Por favor?'. Há quanto tempo esta expressão caiu em desuso? Não me lembro mais. Estamos todos mais irritados do que nunca, mais impacientes do que jamais estivemos. Não há tempo para nada e nos comportamos como uma bomba relógio.

Já se foi a época em que éramos bem atendidos numa padaria, numa farmácia ou num bom restaurante. As pessoas trabalham estressadas, loucas para voltar para casa. Mas antes de chegar aos seus ninhos sabem que vão enfrentar filas, engarrafamentos, metrô superlotado e ônibus que chacoalham, freiam e desrespeitam seus usuários. E os serviços telefônicos de atendimento ao cliente? Estes pedem para quem está do outro lado da linha que tenha literalmente um ataque de nervos.

Não há em quase nenhuma forma de relacionamento, hoje, a delicadeza de ouvir o desejo do outro. Somos todos produtos. Pior, somos produtos explodindo. Conviver com o próximo deixou de ser um exercício de respeito e delicadeza para se tornar o de um caminhar num campo minado. Nossas bombas podem ser detonadas por uma bobagem qualquer.

A corda arrebenta sempre para o lado mais fraco? O que é preciso é tornar nossa 'corda' mais resistente. O mais importante para combater as indelicadezas que sofremos todos os dias não é reagir, e sim resistir. E tem mais, resistir pacificamente. O que mais se espera do outro é a reação violenta. Jamais a delicadeza. E, só para fechar, gentileza gera gentileza. "

sábado, 14 de maio de 2011

19. Cadê a Magia?



Uma amiga que está sofrendo com os desconfortos da gravidez fez, esta semana, a seguinte pergunta: "Cadê a Magia?". Suas palavras me tocaram fundo, pois senti nelas cansaço, tristeza, angústia, frustração, decepção... Um pouco de cada sentimento ou tudo ao mesmo tempo, num turbilhão de emoções que só as grávidas são capazes de sentir.

Hoje cedo estava observando as crianças no parquinho, e refletindo sobre a frase da minha amiga: " Cadê a Magia? ".

A maioria das mães precisa trabalhar fora e tem que deixar seus filhos pequenos aos cuidados de alguém da família, de babás ou empregadas. Com os meus filhos tive a ajuda dos avós e de uma excelente creche. Infelizmente, nem sempre é possível contar com a ajuda dos pais, pois alguns ainda acham muito cômodo delegar esta tarefa única e exclusivamente à mulher.

Voltando ao papel da mãe - o tempo para cuidar dos filhos pode ser pequeno, em quantidade, mas deve ser excelente, em qualidade. E, para isto, a mãe não precisa se descabelar. Um excelente programa pode ser simplesmente ficar em casa conversando com seus filhos. Eles vão amar saber que sua atenção é só deles, naquele momento. Vejo muitos pais buscando mil opções de lazer nos fins de semana - clube, teatro, parque de diversões e, principalmente, shopping. "Agenda" cheia, "preocupados" em ter o que fazer com seus filhos ... Muitas vezes os pais terminam o fim de semana super cansados e, apesar do esforço, nem sempre são bem sucedidos em dar a atenção esperada pelos seus filhos.

Então? Cadê a Magia? Desconfortos da gravidez, dores do parto, noites e noites sem dormir, falta de tempo para si própria... Então? Cadê a Magia? Amiga, a grande magia é ver uma vida se desenvolver dentro de nós, acompanhar o crescimento deste ser que colocamos no mundo, vê-lo sorrir, chorar e caminhar com os próprios passos. Ser mãe é mágico, apesar dos pesares!


"Suas crianças têm apenas uma infância. Participe dela. É uma experiência inesquecível !"

domingo, 8 de maio de 2011

18. Dia das Mães - Homenagem



É FÁCIL SER MÃE !

Mãe é quem levanta primeiro e deita por último.


É quem fica com o neto pra filha ir naquele show imperdível.


Se a filha engravida, mamãe está firme durante o pré-natal e escalada para o resguardo.


Se a comida está ótima, é graças à mamãe. Se sai ruim, a culpa é da mãe.


Se a roupa está limpa, foi a mamãe. Se não foi lavada, pergunta pra mãe.


O filho foi mal na escola ... “cadê sua mãe???”


É... Realmente, é muito fácil ser mãe !!!


PS: Após 1 mês da chacina de Realengo, onde 12 adolescentes foram mortos por um insano, penso em todas as mães do mundo que no dia de hoje não podem abraçar nem beijar seus filhos, que nunca mais poderão vê-los nem ouvi-los. Que Deus dê conforto ao coração dessas mães, em meio à imensa dor da perda de um filho...

domingo, 1 de maio de 2011

17. O Parquinho - Antes e Depois



Acabamos de comprar brinquedos novos para o parquinho do condomínio. Brinquedos de plástico lindos, coloridos e caros. O parquinho ficou bem bonito e a alegria das crianças foi o maior retorno do investimento. Mas vendo estas crianças brincando, lembrei da minha infância, e de como, em 4 décadas, os parâmetros de diversão e segurança mudaram tanto - infelizmente, para pior.

Tive uma infância feliz num subúrbio do Rio de Janeiro, cercada por muitos amigos. As brincadeiras não dependiam de controles remotos nem de eletricidade. Dependiam apenas de disposição, companhia e tempo firme, de preferência. Se bem que muitas vezes era uma delícia brincar na chuva, tomando banho na água que jorrava da calha (será que as crianças de hoje sabem o que é uma calha?).

Pois é, brincava-se na rua até tarde, sem medo. Para os meninos, bastava uma bola de futebol ou um punhado de bolas de gude; para as meninas, panelinhas de plástico e bonecas simples; para ambos, uma corda de pular ou uma bicicleta eram o auge do prazer.

Aliás, uma corda de qualidade era um achado. Se pendurada num galho forte de árvore (tarefa que demandava ajuda de um adulto), virava um delicioso balanço. Manuseada por um grupo de crianças, podia virar cabo de guerra ou corda de pular. As mãos pequeninas e frágeis terminavam a brincadeira calejadas, machucadas, mas quem se importava? Éramos felizes!

As crianças de hoje têm à sua disposição lindos parquinhos, brinquedos de última geração e várias atividades em condomínios com diversas ofertas de lazer, mas infelizmente não têm a liberdade que a segurança dos tempos antigos nos proporcionava. Mas como nunca vivenciaram este tipo de liberdade, são felizes do mesmo jeito. E como é gratificante ver crianças felizes!


"Na infância, bastava ter sol lá fora. O resto se resolvia." (Fabrício Carpinejar)