O Chato (ou sua versão feminina, a Chata) está presente em todos os lugares, porque, na verdade, ele não existe. Ele é definido pelos outros. Ninguém se autointitula "Chato". O máximo que pode ocorrer é encontrar alguém que fale, com disfarçado orgulho, "Eu sou chato", apenas para ouvir algo do tipo "Não, de forma alguma, você é apenas criterioso". Mero teatro!
"Chato é aquele ser que nasceu pra aborrecer quem está passando por qualquer situação crítica e necessita de descanso e paz." O Chato está sempre presente: no trabalho, no clube, e também no condomínio, claro, porque, para ele existir, alguém tem que achá-lo chato. Para o síndico, Chato é aquele vizinho que vive perturbando. Para o zelador, Chato é o síndico. Para o porteiro e as crianças do prédio, Chato é o zelador. E por aí vai...
Em geral, o Chato é primo-irmão do Sabe-Tudo (mas deste falaremos em outro post). O Chato entende de tudo e quase sempre está numa posição contrária à do síndico. Se uma coisa foi feita de um jeito, o Chato vem dizer que deveria ser de outro. E sempre depois que tudo foi feito, claro, porque manifestar-se antes é perder a oportunidade de reclamar depois.
O Chato adora escrever no Livro de Ocorrências do condomínio, para registrar ali seus 5 minutos de fama. Mas - sejamos justos - existem os Chatos do bem, aqueles que de fato querem ajudar. Estes são tolerados por todos, e acabam virando folclore.
Adoro a música do Oswaldo Montenegro, intitulada "O Chato". Sua letra é perfeita, por isto a reproduzo aqui:
"Ah, todo chato é bonzinho / nunca nos faz nenhum mal / ah, todo chato é calminho / como se faltasse sal / Ah, todo chato te conta / aonde passou o Natal / E sempre te dá uma dica / de onde ir no carnaval / Ah, todo chato cutuca / pra você prestar atenção / chama cabeça de cuca / e arranha um violão / diz que inventou uma música / e toca as seiscentas que fez / e quando você abre a boca e boceja / ele toca tudinho outra vez / Ah, todo chato é gosmento / mas não há como evitar / eu sou um chato e meu Deus não me agüento / só me tacando no mar."
Xi... Em Brasília não tem mar! rs
Angel, li seu blog todinho e achei um barato.
ResponderExcluirGosto da sua maneira de escrever, mas principalmente do seu humor. É muito bacana. Vc levanta o astral de qq um linda.
Talvez tenha me identificado um pouco pq durante 13 meses eu e o meu marido fomos sindico do nosso predio... e olha que só tem 06 aptos e já era um sufoco com tantos transtornos... ufa!!!!
Imagina vc ali amiga... aafff!
Angélica, Amei a iniciativa. Muito boa!! Fui síndica também por quase dois mantatos, mas no final do segundo, renunciei!!! Somos 10 unidades e ninguém merece... Pode contar com o meu apoio psicológico quando precisar. Ah!! Sendo bem chata... tem lago... =)
ResponderExcluirCelinha, obrigada pela lembrança do Lago! rs
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