quinta-feira, 29 de setembro de 2011

23. Como está sua casa? (Um lindo texto de Drummond)

PARA REFLETIR


Casa arrumada é assim:
Um lugar organizado, limpo, com espaço livre pra circulação

e uma boa entrada de luz.

Mas casa, pra mim, tem que ser casa e não um centro cirúrgico, um cenário de novela.

Tem gente que gasta muito tempo limpando, esterilizando, ajeitando os móveis, afofando as almofadas…
Não, eu prefiro viver numa casa onde eu bato o olho e percebo logo:
Aqui tem vida…

Casa com vida, pra mim, é aquela em que os livros saem das prateleiras e os enfeites brincam de trocar de lugar.

Casa com vida tem fogão gasto pelo uso,
pelo abuso das refeições fartas,
que chamam todo mundo pra mesa da cozinha.
Sofá sem mancha?
Tapete sem fio puxado?
Mesa sem marca de copo?
Tá na cara que é casa sem festa.

E se o piso não tem arranhão, é porque ali ninguém dança.
Casa com vida, pra mim, tem banheiro com vapor perfumado no meio da tarde.

Tem gaveta de entulho, daquelas que a gente guarda barbante, passaporte e vela de aniversário, tudo junto…
Casa com vida é aquela em que a gente entra
e se sente bem-vinda.

A que está sempre pronta pros amigos, filhos…
Netos, pros vizinhos…
E nos quartos, se possível, tem lençóis revirados por gente que brinca ou namora a qualquer hora do dia.

Casa com vida é aquela que a gente arruma
pra ficar com a cara da gente.
Arrume a sua casa todos os dias…

Mas arrume de um jeito que lhe sobre tempo pra viver nela…
E reconhecer nela o seu lugar.
Afinal, a vida, a felicidade e paz são caminhos e não destinos.
(Carlos Drummond de Andrade)



domingo, 5 de junho de 2011

22. Relacionamentos são como Bordados

Hoje, enquanto bordava, pensava em como relacionamentos se parecem com bordados. A analogia é clara. Não dá para bordar com raiva. Da mesma forma, não conheço quem tenha começado um relacionamento duradouro num momento de fúria. Para começar um bordado, o coração tem que estar em paz; para começar um bom relacionamento, também.

Para se concluir um bordado é preciso ter paciência para fazer ponto após ponto, cuidando para que eles saiam perfeitos. Um relacionamento também é construído dia após dia, com paciência, conhecimento mútuo e verdade.

Se o bordado desanda no meio, é preciso desmanchar o ponto malfeito, voltar atrás, recomeçar... Relacionamentos também podem desandar; cabe às partes identificar o ponto errado e corrigi-lo, refazendo a história.

Tenho ciúmes dos meus bordados, mas chega uma hora em que eles deixam de ser meus e ganham o mundo nas casas alheias, seguem seu rumo, assim como os relacionamentos nos quais colocamos um ponto final.

Toda bordadeira adora folhear revistas antigas e encontrar aquele gráfico maravilhoso que bordou tempos atrás. E como é bom resgatar um relacionamento esquecido lá no passado - reencontrar um grande amigo ou um grande amor!

Relacionamentos são como bordados; podem durar a vida inteira - se forem bem feitos.

"Celui qui n'ose pas regarder le soleil en face ne sera jamais une étoile." (William Blake)
Aquele que não ousa olhar para o sol, jamais será uma estrela. (Tradução livre)

terça-feira, 24 de maio de 2011

21. Investigação no Condomínio


"-... Posso olhar o vídeo novamente? Perguntou o homem.
- Claro! Respondeu a sindica.
- Nossa! Como ele é parecido comigo né? Disse o homem.
- Parecido com o senhor não, Seu Aloísio, esse homem aí é o senhor! Falou a síndica, com firmeza.
- Mas como pode ser? Eu não me lembro de nada disso... Falou o homem.
- Olha, Seu Aloísio, o senhor me desculpe falar destas coisas, eu sei perfeitamente que isso não me diz respeito, mas também alterado do jeito que o senhor chega aqui no condomínio eu não me admiro que o senhor não se lembre de muitas coisas. Confesso ao senhor que, apesar de estranhar muito que um marmanjo deste tamanho estivesse fazendo xixi no vaso do hall de entrada, eu logo desconfiei do senhor. Disse a síndica.
- Nossa! Mas ele é muito parecido comigo mesmo. As plantas estão atrapalhando um pouco a visão mas... O senhor Aloísio procurava desconversar.
Diante dos fatos, nem foi necessário aplicar as técnicas do CSI para chegar ao autor da estranha e inusitada irrigação sofrida pelo vaso do hall de entrada." (Edilson Rodrigues da Silva)
Este texto é uma crônica bem humorada a respeito de uma situação perfeitamente passível de ocorrer num condomínio. Certo dia encontramos um carro todo aberto, atravessado no caminho da garagem, impedindo a passagem. O morador provavelmente chegou à noite em estado semelhante ao do Seu Aloísio, da crônica acima. Mas ao ser procurado no dia seguinte e confrontado com as imagens da câmera de segurança disse, com a maior cara de inocente, que esqueceu de puxar o freio de mão e o carro andou sozinho. Explicação para as janelas abertas ele não deu, mas diante de tais 'argumentos', precisava?
"A educação visa melhorar a natureza do homem, o que nem sempre é aceito pelo interessado." (Carlos Drummond de Andrade)

domingo, 15 de maio de 2011

20. Gentileza gera Gentileza

Infelizmente, num condomínio, nem sempre esta frase é verdadeira. Existem pessoas sem um pingo de educação, que só sabem tratar mal as outras, sejam vizinhos, empregados ou o síndico.

Conheci duas mulheres, razoavelmente jovens, cujo comportamento considero impressionante. Uma só sabia falar aos berros com os empregados e o síndico. Devia pensar que eram surdos. Sempre reclamando e de mal com a vida. Da outra, era de se esperar que tivesse atitudes mais ponderadas, por ser médica, mas ao contrário, era uma pessoa mais tresloucada que a primeira. Depois de conhecê-la, passei a ter medo de cair numa emergência de hospital e me deparar com uma médica como ela. Imagino o que diria para um paciente terminal: "Como é que é, ainda está aqui? Se manda, você não tem jeito mesmo, libera a vaga. A fila andou! ". Deus me livre! Será que estas mulheres um dia foram felizes? Será que com elas a máxima "Gentileza gera Gentileza" funcionaria? Se um dia eu conseguir testar, posto aqui o resultado.

Engraçado é que estava pensando em escrever sobre este tema, quando me deparei com um texto ótimo, da Cláudia Lisboa, na Revista do Globo de 1º de maio de 2011. Gostei tanto que o reproduzo aqui:

"O céu continua 'carregado' e o resultado é muita energia acumulada. Este fenômeno pode ser comparado a um engarrafamento na boca de um túnel, sem a possibilidade de escapar por uma saída extra. É preciso esperar sua vez e ter muita, muita paciência, até encontrar o fluxo livre. Alguns ocupam o tempo comprando uma água aqui, um biscoito ali. E assim vamos sobrevivendo nos tempos de hoje: muita impaciência, pouca cordialidade.

Dizer ou ouvir um 'com licença' é coisa de um passado remoto. 'Por favor?'. Há quanto tempo esta expressão caiu em desuso? Não me lembro mais. Estamos todos mais irritados do que nunca, mais impacientes do que jamais estivemos. Não há tempo para nada e nos comportamos como uma bomba relógio.

Já se foi a época em que éramos bem atendidos numa padaria, numa farmácia ou num bom restaurante. As pessoas trabalham estressadas, loucas para voltar para casa. Mas antes de chegar aos seus ninhos sabem que vão enfrentar filas, engarrafamentos, metrô superlotado e ônibus que chacoalham, freiam e desrespeitam seus usuários. E os serviços telefônicos de atendimento ao cliente? Estes pedem para quem está do outro lado da linha que tenha literalmente um ataque de nervos.

Não há em quase nenhuma forma de relacionamento, hoje, a delicadeza de ouvir o desejo do outro. Somos todos produtos. Pior, somos produtos explodindo. Conviver com o próximo deixou de ser um exercício de respeito e delicadeza para se tornar o de um caminhar num campo minado. Nossas bombas podem ser detonadas por uma bobagem qualquer.

A corda arrebenta sempre para o lado mais fraco? O que é preciso é tornar nossa 'corda' mais resistente. O mais importante para combater as indelicadezas que sofremos todos os dias não é reagir, e sim resistir. E tem mais, resistir pacificamente. O que mais se espera do outro é a reação violenta. Jamais a delicadeza. E, só para fechar, gentileza gera gentileza. "

sábado, 14 de maio de 2011

19. Cadê a Magia?



Uma amiga que está sofrendo com os desconfortos da gravidez fez, esta semana, a seguinte pergunta: "Cadê a Magia?". Suas palavras me tocaram fundo, pois senti nelas cansaço, tristeza, angústia, frustração, decepção... Um pouco de cada sentimento ou tudo ao mesmo tempo, num turbilhão de emoções que só as grávidas são capazes de sentir.

Hoje cedo estava observando as crianças no parquinho, e refletindo sobre a frase da minha amiga: " Cadê a Magia? ".

A maioria das mães precisa trabalhar fora e tem que deixar seus filhos pequenos aos cuidados de alguém da família, de babás ou empregadas. Com os meus filhos tive a ajuda dos avós e de uma excelente creche. Infelizmente, nem sempre é possível contar com a ajuda dos pais, pois alguns ainda acham muito cômodo delegar esta tarefa única e exclusivamente à mulher.

Voltando ao papel da mãe - o tempo para cuidar dos filhos pode ser pequeno, em quantidade, mas deve ser excelente, em qualidade. E, para isto, a mãe não precisa se descabelar. Um excelente programa pode ser simplesmente ficar em casa conversando com seus filhos. Eles vão amar saber que sua atenção é só deles, naquele momento. Vejo muitos pais buscando mil opções de lazer nos fins de semana - clube, teatro, parque de diversões e, principalmente, shopping. "Agenda" cheia, "preocupados" em ter o que fazer com seus filhos ... Muitas vezes os pais terminam o fim de semana super cansados e, apesar do esforço, nem sempre são bem sucedidos em dar a atenção esperada pelos seus filhos.

Então? Cadê a Magia? Desconfortos da gravidez, dores do parto, noites e noites sem dormir, falta de tempo para si própria... Então? Cadê a Magia? Amiga, a grande magia é ver uma vida se desenvolver dentro de nós, acompanhar o crescimento deste ser que colocamos no mundo, vê-lo sorrir, chorar e caminhar com os próprios passos. Ser mãe é mágico, apesar dos pesares!


"Suas crianças têm apenas uma infância. Participe dela. É uma experiência inesquecível !"

domingo, 8 de maio de 2011

18. Dia das Mães - Homenagem



É FÁCIL SER MÃE !

Mãe é quem levanta primeiro e deita por último.


É quem fica com o neto pra filha ir naquele show imperdível.


Se a filha engravida, mamãe está firme durante o pré-natal e escalada para o resguardo.


Se a comida está ótima, é graças à mamãe. Se sai ruim, a culpa é da mãe.


Se a roupa está limpa, foi a mamãe. Se não foi lavada, pergunta pra mãe.


O filho foi mal na escola ... “cadê sua mãe???”


É... Realmente, é muito fácil ser mãe !!!


PS: Após 1 mês da chacina de Realengo, onde 12 adolescentes foram mortos por um insano, penso em todas as mães do mundo que no dia de hoje não podem abraçar nem beijar seus filhos, que nunca mais poderão vê-los nem ouvi-los. Que Deus dê conforto ao coração dessas mães, em meio à imensa dor da perda de um filho...

domingo, 1 de maio de 2011

17. O Parquinho - Antes e Depois



Acabamos de comprar brinquedos novos para o parquinho do condomínio. Brinquedos de plástico lindos, coloridos e caros. O parquinho ficou bem bonito e a alegria das crianças foi o maior retorno do investimento. Mas vendo estas crianças brincando, lembrei da minha infância, e de como, em 4 décadas, os parâmetros de diversão e segurança mudaram tanto - infelizmente, para pior.

Tive uma infância feliz num subúrbio do Rio de Janeiro, cercada por muitos amigos. As brincadeiras não dependiam de controles remotos nem de eletricidade. Dependiam apenas de disposição, companhia e tempo firme, de preferência. Se bem que muitas vezes era uma delícia brincar na chuva, tomando banho na água que jorrava da calha (será que as crianças de hoje sabem o que é uma calha?).

Pois é, brincava-se na rua até tarde, sem medo. Para os meninos, bastava uma bola de futebol ou um punhado de bolas de gude; para as meninas, panelinhas de plástico e bonecas simples; para ambos, uma corda de pular ou uma bicicleta eram o auge do prazer.

Aliás, uma corda de qualidade era um achado. Se pendurada num galho forte de árvore (tarefa que demandava ajuda de um adulto), virava um delicioso balanço. Manuseada por um grupo de crianças, podia virar cabo de guerra ou corda de pular. As mãos pequeninas e frágeis terminavam a brincadeira calejadas, machucadas, mas quem se importava? Éramos felizes!

As crianças de hoje têm à sua disposição lindos parquinhos, brinquedos de última geração e várias atividades em condomínios com diversas ofertas de lazer, mas infelizmente não têm a liberdade que a segurança dos tempos antigos nos proporcionava. Mas como nunca vivenciaram este tipo de liberdade, são felizes do mesmo jeito. E como é gratificante ver crianças felizes!


"Na infância, bastava ter sol lá fora. O resto se resolvia." (Fabrício Carpinejar)

quinta-feira, 21 de abril de 2011

16. O Síndico e o Mordomo

É engraçado como muitas pessoas, não conseguindo administrar seus problemas, tentam jogar a culpa em alguém. No caso do condomínio, o culpado, invariavelmente, é o síndico, assim como na literatura de suspense, o culpado é o mordomo!

Certa vez uma condômina veio muito brava reclamar comigo sobre o aumento do IPTU da sua casa. Na hora tive vontade de rir, mas a sua raiva era tão autêntica que fiquei com pena, e com toda a paciência do mundo tentei explicar que o síndico não é responsável pela emissão do IPTU. Foi difícil fazê-la entender, ela achava que eu estava tentando enganá-la !!!

De outra feita, uma moradora chegou em casa mais cedo do que de costume e encontrou a empregada no apartamento com o namorado. Adivinhem de quem foi a culpa? Do síndico, claro, já que a empregada era de confiança, trabalhava com ela há muitos anos, blá, blá, blá... A empregada continua trabalhando na casa, e provavelmente se dando bem com a patroa, que, com raiva, não fala mais com o síndico.

Outro caso singular é o daquela senhora que reclamava de tudo. Ela nunca participava das assembléias ("não tinha tempo"), mas sempre tinha uma "crítica construtiva" a fazer. Um belo dia o pneu do seu carro novinho, recém-comprado, furou. Ela pediu ajuda ao síndico (sempre ele) para trocar o pneu. Foi quando ele descobriu que entregaram o carro à senhora sem os instrumentos necessários para a troca de pneu (macaco, chave, etc.). Moral da história: esta senhora, sempre tão crítica em relação ao trabalho do síndico, não foi crítica o suficiente para conferir o seu próprio bem. Desde este dia as críticas cessaram.

"Pimenta nos olhos dos outros é refresco." (Ditado popular)

domingo, 10 de abril de 2011

15. Sobre Convivência

Numa semana em que ficamos todos chocados com a brutalidade dos assassinatos ocorridos numa escola em Realengo, subúrbio do Rio; e analisando com atenção o perfil do assassino, delineado pela mídia, há que refletir sobre o tema Comportamento Humano. Como, no blog, abordo temas relacionados a condomínio, a ideia é refletir sobre este aspecto.

Ainda hoje me impressiono com a belicosidade das pessoas em um condomínio. Se é para resolver um problema, o primeiro pensamento é, em geral, agressivo: - "Tem que multar! Tem que fazer isto ou aquilo". Pensamento este que, não raro, leva a situações de agressão física e até a mortes. Dificilmente alguém pensa, primeiramente, no caminho do diálogo e da informação. Muitas vezes um condômino infringe uma regra por puro desconhecimento da mesma. E só!

Definição de Condomínio: "É forma de parcelamento da propriedade, onde coexistem compartimentos autônomos, de propriedade exclusiva, com compartimentos destinados ao uso comum de quantos sejam os proprietários daqueles". (Pazutti Mezzari)

O termo Condomínio possui origem no latim: “cum” significa conjuntamente e “dominum”, significa domínio, propriedade. Portanto condomínio é propriedade conjunta - que pertence a mais de um.

Todas estas definições nos remetem à noção de Conjunto, Parceria, Relacionamento Estreito.

A meu ver, as pessoas deveriam tentar se relacionar de forma mais humana e mais amigável com seus vizinhos. Podemos, sim, ter vizinhos tão próximos que poderiam se considerados "da família". Podemos, sim, ter um ambiente tão bom no condomínio, que nos leve a ter prazer na convivência com vizinhos. O condomínio pode, sim, ser uma extensão da nossa casa. É só querermos, e trabalharmos sinceramente para isto. Ninguém pode ser feliz sozinho.

"O encanto da vida depende unicamente das boas amizades que cultivamos." (Malba Taham)

14. Boas (????) desculpas para não pagar o condomínio

Nota: Espero, sinceramente, não estar ‘iluminando’ a mente alheia com esta história.

Certos moradores surpreendem pela criatividade e pela cara de pau, ao tentarem justificar o atraso no pagamento do condomínio. As desculpas são inúmeras e sempre muito criativas. Da minha experiência e de histórias alheias, selecionei algumas, que considero ‘top’:

a. Não recebi o boleto (Clássica!);

b. Minha empregada não me entregou o boleto (Clássica 2! A coitada leva a culpa);

c. Não paguei porque recebo dia 10 e o condomínio vence dia 5 (Sugiro mudar de emprego ou de prédio);

d. O quêêêê??? Tem multa??? (Tem sim. Aliás, tem vencimento também, e foi ontem!!!);

e. Se não estou morando no prédio, preciso pagar o condomínio? (Não, ele sobrevive de brisa!);

f. Eu votei contra essa cota na reunião, então não vou pagar. (Eu votei contra você ter nascido, então não preciso te aturar);

g. Não pago o condomínio porque o síndico é ladrão! (E você é caloteiro!)

Ainda tem aqueles que, devendo fortunas, querem fazer acordo. Como síndica, aceitei acordo uma única vez, e o resultado foi um belo calote. E o cara de pau ainda veio tentar renegociar o acordo! Pode? Depois disto, acordo nunca mais. Gata escaldada!

O que mais me incomoda é que, na maioria das vezes, o caloteiro exibe carrões novos e caríssimos, vive viajando e faz questão de ostentar riqueza. Sempre tive dúvidas se ele deve a meio-mundo (assim como deve ao condomínio), ou se simplesmente pagar a manutenção do local onde ele vive com a família não é prioridade de vida.

"O nosso próximo não é o nosso vizinho, mas o vizinho deste - assim pensam todos os povos." (Friedrich Nietzsche)

domingo, 3 de abril de 2011

13. Assembléias de Condomínio

Nas primeiras Assembléías de um condomínio não tem cadeira para tanta gente. Com o passar do tempo, falta gente para tanta cadeira.

"É nas Assembléias condominiais que os condôminos deliberam suas sugestões e criticas, sem descuidar-se do tema em pauta, assemelhando-se a uma Ouvidoria" (Bueno & Constanze Advogados). Diante de tal importância, porque a maioria dos condôminos não vai às Assembléias? Muitas pessoas as consideram maçantes e preferem deixar para os outros as decisões sobre o local onde vivem. Mas quando as decisões contrariam seus interesses... Ah, ah! Estas pessoas logo se manifestam - dias depois da Assembléia, claro!

O meu 'recorde' de intervalo de tempo entre Assembléia e reclamação ocorreu num condomínio praiano. Diversos moradores diziam que não iam às Assembléias porque preferiam ir à praia. Ok, exerciam seu direito de escolha. Num belo sábado de sol, uma de nossas Assembléias terminou perto de duas da tarde. Lá pelas dezoito horas, um morador apareceu lá em casa cheio de sugestões para questões que haviam sido discutidas pela manhã. Gentilmente respondi que não iria ouvi-lo porque enquanto ele aproveitava a praia, um grupo de moradores (inclusive eu) abria mão do lazer para discutir os assuntos do condomínio. Acreditam que ele não gostou da resposta?

A pessoa que for a uma Assembléia de condomínio com o botão de "espírito crítico" ligado vai se divertir um bocado, porque algumas situações assemelham-se às discussões colegiais. Certa vez convidei um grupo de adolescentes que andava aprontando no condomínio para comparecer a uma Assembléia. Eles ficaram tão chocados com o comportamento de certos adultos que, dali para frente, nunca mais incomodaram.

"Quando você precisa tomar uma decisão e não toma, está tomando a decisão de não fazer nada." (William James)

12. O(a) Sabe-Tudo

Todo condomínio tem pelo menos um morador que pode ser enquadrado na categoria do(a) Sabe-Tudo. O(a) vizinho(a) Sabe-Tudo é o terror de qualquer síndico; é aquela pessoa que entende de prego a construção, de Direito a Engenharia, e está sempre pronto(a) a ajudar ou questionar, não importa qual seja o assunto.

Resolvi transcrever aqui uma historinha infantil que, para mim, resume tudo o que se poderia falar sobre o assunto. Divirtam-se... E, principalmente, reflitam!


"Sabe-tudo era o apelido pelo qual todos os habitantes do bosque conheciam a tartaruga. Quem tivesse algum problema a resolver ou dúvida para esclarecer era só ir à casinha da Sabe-tudo, para ver seu caso resolvido. Para dizer a verdade, a tartaruga passava as suas horas livres consultando livros e enciclopédias. Interessava-se por todos os temas existentes e por existir. Que curiosidade insaciável tinha ela!

- Desculpe-me, tartaruga, mas eu estava interessada em conhecer a ilha de Ceilão e... Diz timidamente a raposa.

- ... E não consegue encontrar a resposta, não é verdade? Bem, não se preocupe que já lhe explico, querida amiga, responde a tartaruga, com sua tradicional amabilidade. Vejamos. A ilha de Ceilão está situada no Oceano Índico, ao sul da Península Indostânica ou da atual Índia. Esclarecida a dúvida?

- Oh, obrigada, obrigada, Sabe... Quer dizer, amiga tartaruga! Responde embaraçada a raposa.

A Sabe-tudo sorri compreensiva. É claro que conhece a alcunha que os seus vizinhos lhe puseram. Isso não a incomoda, pois adivinha o sentimento de admiração que se esconde por trás dela.

Os anos passam e os conhecimentos da tartaruga tornam-se imensos, a tal ponto que ela começa a tornar-se exigente e crítica com os seus vizinhos. Com mania de perfeição, torna insuportável a vida dos outros. De uma amiga brilhante e admirada por todos converte-se em uma criatura amarga e insatisfeita que, além disso, recebe a hostilidade de quem a rodeia."

Moral da história: A modéstia é uma virtude muito necessária, sobretudo para aqueles superdotados, que se destacam pelo seu próprio brilho. Sem a modéstia, qualquer conhecimento é inútil, pois não será repartido com os que o têm em menor quantidade.

Fonte:http://www.metaforas.com.br/infantis/sabetudo.htm

quinta-feira, 31 de março de 2011

11. O Salto Alto ataca novamente

O salto alto confere elegância à mulher e, quando usado sem cautela, irritação ao vizinho de baixo. O 'toc-toc' diário, dependendo da hora, acaba com os nervos de qualquer pessoa, por mais calma que seja. Aliás, assim que nosso condomínio foi instalado, esta foi uma das primeiras reclamações recebidas.

Morei num prédio onde, por algum tempo, o apartamento de cima ficou vazio. Quando ele, enfim, foi ocupado, passei a conviver diariamente com o salto alto da vizinha. Seria até suportável se ela não saísse muito cedo para trabalhar, inclusive aos sábados. O 'toc-toc' era meu despertador (bastante eficiente, por sinal).

Mas duro mesmo era sábado. Às cinco da manhã já começava o barulho, e como ela se movimentava bastante antes de sair, perdurava por pelo menos uma hora. Para segurar a irritação, passei a controlar sua vida através do barulho. Ah! Agora está na cozinha; deve ter ido tomar café. Voltou para o quarto, para terminar de se arrumar. Oba, foi para a sala, já vai sair. Nãããão! Esqueceu alguma coisa e voltou correndo. Santa criatura, que nunca ouviu falar em havaianas ou pantufas!!!

Querendo evitar desgastes, pedi ao porteiro que falasse com a minha adorável vizinha de cima. A conversa amigável não surtiu efeito. Ela simplesmente não achava que incomodava. Até que resolvi apelar para uma solução caseira, mas que se mostrou extremamente eficiente - a vassoura. A cada manhã, assim que começava o 'toc-toc', eu batia com o cabo da vassoura no teto, em igual sintonia. O barulho acabou rapidinho...

"A arte de viver é simplesmente a arte de conviver ... simplesmente, disse eu? Mas como é difícil!" (Mário Quintana)

10. Os 4 Cs



Ao ler o título deste post você deve estar se perguntando o que são os 4 Cs. Reza a lenda que as maiores fontes de conflito em um condomínio podem ser resumidas em 4 Cs: Carro, Cachorro, Criança e Cano. Esta afirmação foi corroborada por um levantamento do Radar Lello (*), que aponta que "75% das reclamações de moradores de prédios são relativas a um dos 4 Cs, sendo que cachorros representam 30% das queixas". A conclusão do levantamento é que "para os problemas que começam com ‘c’: cachorro, criança, carro e cano, a solução definitiva também tem a letra ‘c’ - convivência".

Adorei a sutileza do texto, porque, para mim, o maior problema de um condomínio é mesmo Educação (ou a falta dela). À exceção dos problemas com canos, o restante depende unica e exclusivamente de educação.

Raciocinem comigo:

a) Crianças, se forem educadas, saberão distinguir entre o certo e o errado;

b) Carros não aprontam espontaneamente (ou já tem carro que anda sozinho?);

c) Cachorros, coitados, levam a fama pelos donos. No gramado que cerca a calçada do meu condomínio colocamos diversas plaquinhas do tipo "Recolha as fezes do seu cão", com desenho e tudo. Mesmo assim nosso gramado vive sujo. Desço com meu cachorrinho duas vezes ao dia e não me custa absolutamente nada levar um saquinho para recolher a sujeira que ele faz. Para facilitar, nosso condomínio até colocou um suporte com saquinhos, ao lado da saída da garagem.

Mas as pessoas dos prédios vizinhos insistem em levar seus cachorrinhos para sujar nosso gramado. Estas pessoas devem ser parcialmente adeptas do ditado "A grama do vizinho é mais bonita" - então vou enfeiá-la. Só pode! A culpa, com certeza, não é dos pobres animais ditos irracionais. Para mim, irracionais são seus donos, que contribuem ativamente para deixar calçadas e gramados imundos.

Já tive muita vontade de mandar fazer uma faixa bem grande para colocar no gramado, com os dizeres "Eu não sei ler, mas meu dono sabe"... Será que adianta? Juro que um dia vou testar.

(*) http://www.sindiconet.com.br/2477/informese/radar-lello/materia-radar/os-4-cs-dos-condominios

terça-feira, 29 de março de 2011

9. Os 10 Mandamentos de como destruir o seu Condomínio

Li o texto abaixo, publicado por Ricardo Conceição(*), e adorei. Por isto resolvi publicá-lo hoje. Lembrando, como ele mesmo diz, que o texto nada mais é do que uma pequena brincadeira. Mas pode servir para uma reflexão!

COMO DESTRUIR SEU CONDOMINIO (e de quebra o seu investimento) 10 Mandamentos

1. Não freqüente as reuniões de condomínio, mas quando for até lá procure algo para criticar.

2. Se comparecer em alguma atividade, encontre só falhas no trabalho de quem está lutando por ele.

3. Se o(a) síndico(a) pedir a sua opinião, não responda. Depois espalhe que as coisas deveriam ter sido feitas de outro modo.

4. Faça apenas o necessário, mas quando um grupo estiver trabalhando com vontade e interesse, diga que o condomínio é feito apenas por um “grupinho”.

5. Não leia os comunicados e informativos distribuídos. Depois diga que o síndico(a) não divulga o que faz, que não publica nada de interesse dos proprietários e moradores, ou ainda que você nunca os recebe.

6. Se for convidado para qualquer cargo, recuse alegando falta de tempo e depois critique: “essa turma quer ficar sempre nos cargos”.

7. Quando receber convites para assembléias ou reuniões nas quais serão discutidos e decididos assuntos importantes, não compareça. Depois critique as decisões tomadas e espalhe as suas divergências.

8. Apareça nas reuniões apenas quando quiser discutir algum interesse particular, ou legislar em causa própria.

9. Não pague a contribuição mensal. Porém não esqueça de cobrar da administração melhorias no condomínio.

10. Após todas estas colaborações espontâneas, quando algum insucesso ocorrer, estufe o peito e afirme com orgulho: “Eu não disse?”

(*) Blog de Ricardo Conceição - http://www.vivendoemcondominio.com.br/

domingo, 27 de março de 2011

8. O Chato

O Chato (ou sua versão feminina, a Chata) está presente em todos os lugares, porque, na verdade, ele não existe. Ele é definido pelos outros. Ninguém se autointitula "Chato". O máximo que pode ocorrer é encontrar alguém que fale, com disfarçado orgulho, "Eu sou chato", apenas para ouvir algo do tipo "Não, de forma alguma, você é apenas criterioso". Mero teatro!

"Chato é aquele ser que nasceu pra aborrecer quem está passando por qualquer situação crítica e necessita de descanso e paz." O Chato está sempre presente: no trabalho, no clube, e também no condomínio, claro, porque, para ele existir, alguém tem que achá-lo chato. Para o síndico, Chato é aquele vizinho que vive perturbando. Para o zelador, Chato é o síndico. Para o porteiro e as crianças do prédio, Chato é o zelador. E por aí vai...

Em geral, o Chato é primo-irmão do Sabe-Tudo (mas deste falaremos em outro post). O Chato entende de tudo e quase sempre está numa posição contrária à do síndico. Se uma coisa foi feita de um jeito, o Chato vem dizer que deveria ser de outro. E sempre depois que tudo foi feito, claro, porque manifestar-se antes é perder a oportunidade de reclamar depois.

O Chato adora escrever no Livro de Ocorrências do condomínio, para registrar ali seus 5 minutos de fama. Mas - sejamos justos - existem os Chatos do bem, aqueles que de fato querem ajudar. Estes são tolerados por todos, e acabam virando folclore.

Adoro a música do Oswaldo Montenegro, intitulada "O Chato". Sua letra é perfeita, por isto a reproduzo aqui:

"Ah, todo chato é bonzinho / nunca nos faz nenhum mal / ah, todo chato é calminho / como se faltasse sal / Ah, todo chato te conta / aonde passou o Natal / E sempre te dá uma dica / de onde ir no carnaval / Ah, todo chato cutuca / pra você prestar atenção / chama cabeça de cuca / e arranha um violão / diz que inventou uma música / e toca as seiscentas que fez / e quando você abre a boca e boceja / ele toca tudinho outra vez / Ah, todo chato é gosmento / mas não há como evitar / eu sou um chato e meu Deus não me agüento / só me tacando no mar."

Xi... Em Brasília não tem mar! rs

7. A Lanchonete do Condomínio


Ano de 1996 - Nosso condomínio recém-inaugurado tinha uma área de lazer bem completa, incluindo uma lanchonete em frente à piscina. A princípio imaginei que ela seria um "elefante branco" e nos traria mais problemas do que prazer. Mas eu estava enganada.

A lanchonete tornou-se um delicioso ponto de encontro dos moradores que começavam a habitar o condomínio. Rogéria, a moradora que resolveu assumir a lanchonete, era uma pessoa fantástica - simpática, batalhadora e competente. A comidinha gostosa atraía um grupo razoavelmente numeroso para o almoço. Nada mais prático do que não ter que cozinhar após sair da praia, almoçar vendo as crianças brincando na piscina e ainda ter a chance de conhecer melhor os vizinhos. Tudo de bom!

À noite a lanchonete era um point para adultos e garotada. Um sanduíche gostoso no calor, ou um caldo quentinho, no inverno, animavam o papo que ia até altas horas. De vez em quando, aparecia uma atração diferente, como o cantor Dalto, que foi visitar um amigo e passou a noite cantando e tocando violão. Até hoje, quando escuto "Muito Estranho - Cuida bem de mim" lembro daquele tempo mágico que vivemos.

Aprendi que problemas não existem; somos nós que os inventamos.

"Quando vemos problemas como oportunidades para crescer, liberamos uma fonte de conhecimento dentro de nós que nos leva em frente." (Marsha Sinetar)

6. O(a) Síndico(a)



Síndico(a) é aquela figura odiada por muitos, adorada por poucos e incomodada por todos!

Jamais pensei em ser síndica, mas numa reunião de condomínio polêmica, que mais parecia um leilão, onde todos levantavam o braço e a voz ao mesmo tempo, o último "lance" foi o meu. Dou-lhe uma, dou-lhe duas, dou-lhe três... Fui eleita síndica! E por unanimidade.

E lá fui eu buscar informações para desempenhar da melhor maneira possível meu novo papel. Algumas das lições aprendidas estão relacionadas a seguir:

1) "Condomínio é o lugar onde pessoas com cultura (mas muitas vezes sem educação), bons hábitos (e péssimas atitudes), e expectativas diferentes dividem o mesmo espaço. É natural que haja conflito, e a mediação é papel de quem dirige o condomínio." Quem? O síndico, claro.

2) "Cabe ao síndico manter a harmonia entre os condôminos, traçar planos exeqüíveis, restaurando, mantendo e melhorando o patrimônio. Ser todos sem deixar de ser ele mesmo”. Esta, eu adorei. Fácil né?

3)"Conhecer a Convenção, o Regimento Interno e todas as decisões tomadas em Assembléias é primordial para quem exerce a função de síndico." Eu adoro ler, mas...

4)"Administrar com transparência, mantendo os condôminos sempre informados. Fora isso, paciência e tolerância também são bemvindas, sempre!"

Diante dessas recomendações, aceitei o desafio feliz da vida, porque cheguei a uma conclusão importante: se fosse bem sucedida como síndica, teria garantido o meu lugar no céu!

"Em toda luta por um ideal se tropeça por adversários e se cria inimizades. O homem firme não os ouve e nem se detém a contá-los. Segue sua rota, irredutível em sua fé, imperturbável em sua ação, porque quem marcha em direção à luz não pode ver o que ocorre nas sombras."

5. Os nomes dos Condomínios

Ah! Os nomes dos condomínios são um capítulo à parte! Uma profusão de nomes em inglês, francês, espanhol, como se o aprendizado de línguas estrangeiras fizesse parte do currículo básico de todo cidadão brasileiro. É tanto Quartier, Garden, Piazza, Maison, Green... Ou então Villa com "l" dobrado, Park com "k" ou Club sem o "e".

Li, outro dia, que as grandes construtoras já possuem áreas técnicas que realizam estudos específicos para determinar o nome da incorporação. As construtoras querem que "o conceito do imóvel seja refletido no nome" (uau!). "Para passar uma idéia de aconchego e refinamento buscamos um nome francês" (queria ver alguém que nunca estudou francês falar "Clair de Lune" ou "Père Goriot" com facilidade).

Difícil é encontrar um condomínio com nome "genuinamente nacional". Por isto me chamou a atenção um condomínio aqui perto de casa, que se chama Recanto dos Pássaros. Um nome simples, bucólico, interessante. Quem não pensaria em - pelo menos num primeiro momento - morar num local com este nome?

Como toda questão tem seu lado bom e seu lado ruim, fico feliz em saber que ainda não começaram a utilizar o alemão, o russo ou o grego para dar nome aos prédios.

"Os grandes nomes, em vez de elevar, rebaixam aqueles que não os sabem usar." (La Rochefoucauld)

4. Idéias Absurdas 1 - O Teleférico

Este post, que chamei de "Idéias Absurdas", é um assunto que se desdobra em muitos, já que a criatividade das pessoas é praticamente ilimitada, o que rende muitas histórias divertidas, como esta que vou contar agora.

Estamos num condomínio praiano, localizado em frente a uma extensa faixa de areia, na Região dos Lagos do RJ. Reunião de instalação de condomínio, muitas decisões a tomar, assembléia lotada (as primeiras reuniões de um condomínio são sempre lotadas).

Lá pelas tantas, uma senhora levanta a mão e sugere ao Presidente da mesa que seja construída uma passarela, na faixa de areia em frente ao condomínio, para que se possa alcançar o mar. Os presentes se entreolham, num misto de espanto e incredulidade. Como uma pessoa que compra uma casa na beira da praia não quer pisar na areia? É então que um gaiato, lá do fundo da platéia, dá um grito: "- Sr. Presidente, manda construir um teleférico!". Gargalhada geral! O que poderia ser motivo de briga, acabou em piada.

Texto em homenagem ao nosso amigo Maurício (o gaiato), que Deus levou tão cedo lá pra cima!

"É possível mudar nossas vidas e a atitude dos que nos cercam simplesmente mudando a nós mesmos." (Rudolf Dreikurs)

3. Área de lazer - Problema ou Solução?

Nasci e passei minha infância em Bento Ribeiro, subúrbio do Rio de Janeiro, brincando na rua. Brincadeiras simples, que não dependiam de tomada, apenas de criatividade. Naquela época, a única preocupação dos pais com segurança era um joelho ralado ou um braço quebrado.

Hoje em dia, com a crescente violência urbana, é praticamente impensável deixar crianças brincando sozinhas na rua. Por isto o papel da área de lazer nos condomínios fechados é muito importante. Nas áreas de lazer as crianças podem, desde pequenas, relacionar-se com outras crianças e brincar em segurança.

No entanto, é fundamental impor limites e regras, como em qualquer outra situação. Crianças são danadas, são levadas? Claro que sim, faz parte da sua natureza serem curiosas e experimentarem... Experimentarem, principalmente, os limites dos adultos. Ver até onde se sustenta a sua autoridade. Impor limites não é fácil, mas quem disse que viver é fácil?

"Suas crianças têm apenas uma infância. Participe dela. É uma experiência inesquecível..."

2. Como surgiu o Diário de um Síndico?

Sempre pensei em escrever um livro sobre o assunto "Condomínio", mas desisti do livro e resolvi fazer o blog por ser mais dinâmico, na medida em que posso interagir com outras pessoas.

Sempre que se fala em condomínio as pessoas torcem o nariz. Quando se fala em síndico, então... é sinônimo de ladrão. É bem verdade que muitas pessoas desonestas contribuíram para manchar a imagem da "categoria", mas os tempos mudaram e hoje em dia vemos muitos síndicos bem intencionados e com alto nível de profissionalismo.

Meu objetivo, com este blog, é acabar com o mito de que condomínio é sinônimo de problema. A vida em condomínio = comunidade pode ser, sim, muito prazeirosa e interessante. A proposta do blog é reunir histórias engraçadas e fatos curiosos, para que os leitores percebam como é possível fazer amigos e ser feliz, "mesmo" morando em condomínio.

"A paz mais desvantajosa é melhor do que a guerra mais justa." (Erasmo de Rotterdam, filósofo holandês)

1. Quem sou eu?

Uma mulher cinquentona, que passou a infância e a adolescência em subúrbios do Rio de Janeiro, morando em casas, e que até a maioridade nunca tinha ouvido falar na palavra "condomínio".
"Mais que de máquinas, precisamos de humanidade." (Charles Chaplin)